Pesquisadores descobriram o que a privação de sono causa no cérebro

Não dormir nos deixa mais “lentos” e menos focados, mas efeitos cerebrais ainda não eram conhecidos

Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi

Dormir é essencial para que nosso corpo funcione durante o dia. A privação, por outro lado, nos deixa mais lentos, cansados, sem disposição e foco para as atividades diárias. O mesmo acontece com ratos.

Em uma pesquisa com os roedores, cientistas descobriram o que acontece com o cérebro diante da privação de sono. A reação do órgão diante desse cenário ainda não era conhecida.

Efeitos da privação do sono no cérebro não eram totalmente conhecidos

Apesar de sabermos as consequências da privação do sono, os efeitos disso no cérebro não são totalmente conhecidos. Afinal, nesse caso, é preciso que o órgão esteja separado do corpo (ou seja, o “dono” estaria morto).

Os pesquisadores recorreram aos ratos de laboratório. Veja como foi:

  • O grupo comparou os cérebros de ratos que tiveram quantidades normais de sono com outros que foram mantidos acordados por seis horas extras;
  • Para isso, os investigadores cutucaram as gaiolas dos animais, impedindo que eles dormissem;
  • Então, eles sacrificaram os roedores e dissecaram os cérebros para análise

Na falta do sono, cérebro diminui sinapses
O que os pesquisadores descobriram é que os ratos privados do sono tiveram redução na diversidade de sinapses no cérebro.

Um estudo anterior da equipe já havia classificado as sinapses cerebrais dos ratos em subtipos. Com esse novo trabalho, eles conseguiram analisar o grau de diversidade delas diante da privação de sono.

Os animais que dormiram menos tiveram o mesmo número de sinapses que os ratos que dormiram normalmente, só que em diversidade menor. A principal redução foi nas áreas do cérebro responsáveis pela memória e pelo aprendizado.

Os pesquisadores ainda não conseguiram observar como a mudança aconteceu, mas suspeitam que a desaceleração na síntese das proteínas tenha papel nisso.

O trabalho foi publicado na Current Biology.