Moradores do estado de São Paulo buscam formas alternativas para captar e economizar água por conta da falta de chuvas — Foto: TV TEM
Falta de chuva afeta mais de dois milhões de moradores no estado; reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo operam com menos da metade da capacidade. No interior, cidades convivem com a seca nas represas.
A forte estiagem que atinge o estado de São Paulo afetou a rotina de mais dois milhões de habitantes na capital e no interior. Na Região Metropolitana de SP, cinco dos sete reservatórios que abastecem a capital paulista estão com menos da metade da capacidade.
O sistema Cantareira responsável pelo abastecimento de 7 milhões de pessoas soma apenas 28% da capacidade, considerado o menor índice em um ano.
No interior, a situação das represas é ainda mais delicada. Cerca de 19 cidades adotaram rodízio no abastecimento de água. Sem fornecimento adequado do recurso, moradores das regiões impactadas recorrem a alternativas para manter água armazenada nas casas.
A necessidade de reservar água levou Maria Cristina Castelan a usar uma bombinha de aquário para levar água até a caixa, o uso do recurso é mínimo, segundo a dona de casa.
"Eu faço uso apenas para o essencial, como lavar louça, banheiro, roupa e preparar a comida", conta.
Já o porteiro Luiz Feitosa implantou um sistema permanente para economizar água. A chuva que cai no telhado passa por uma tubulação, que por sua vez, leva a água até uma caixa. O valor pago foi mínimo e boa parte do material a família já possuía em casa. Em um dia de chuva, a caixa armazenou 500 litros de água.
"Eu procuro usar a água da chuva e da máquina de lavar apenas para passar pano na sala, cozinha, banheiro e nos quartos, pra poder tirar a poeira. O objetivo é que o uso seja para sempre", explica.
Economia de água também virou assunto nas reuniões de um condomínio em Sorocaba (SP). Os moradores investiram cerca de R$ 20 mil em um sistema para reaproveitar água da chuva. A instalação do sistema deixará a conta mais barata no final do mês, de acordo com o síndico Cesar Barbosa.
"Nós acreditamos que com a performance que o sistema vai desenvolver, vamos conseguir a meta de economizar 20% no consumo de água"
Nas casas de Itu (SP), economizar água virou fator de necessidade, já que tamanha é a escassez do recurso na cidade, de acordo com o comerciante Elivandro Souza.
"A água chega num período muito curto, ela dura em média, duas ou três horas, então pra quem tem uma casa numa região mais alta, como a minha, tem muita dificuldade, pois a agua não sobe até aqui", relata.
Buscando conscientizar a população para a economia de água, a prefeitura de Itu oferece uma consultoria de graça, onde ensinam famílias da cidade a economizar o recurso hídrico, conforme explica a secretária de meio ambiente de Itu, Veronica Sabatini.
"Caso a caso, vamos orientando nos cursos qual seria a melhor solução para resolver as situações dos moradores", finaliza.
Por Thiago Ariosi e Carla Campos, Tv Tem